O objeto está localizado a 13,2 bilhões de anos-luz de distância e tem uma massa igual à de sua galáxia hospedeira. A descoberta pode ajudar a entender como esses buracos negros se formaram tão cedo no universo.
Astrônomos anunciaram a descoberta do buraco negro supermassivo mais distante da Terra. Ele foi identificado a partir de dados combinados do observatório de raios-x Chandra e do telescópio espacial James Webb, da Nasa (agência espacial norte-americana).
O buraco negro está localizado em uma galáxia chamada UHZ1, que se formou aproximadamente 470 milhões de anos após o Big Bang. A galáxia está a cerca de 13,2 bilhões de anos-luz de distância da Terra, o que significa que os astrônomos estão vendo o objeto como ele era há 13,2 bilhões de anos, quando o universo tinha apenas 5% de sua idade atual.
O buraco negro supermassivo tem uma massa estimada entre 10 e 100 milhões de sóis, o que é igual à massa de todas as estrelas de sua galáxia hospedeira. Isso é surpreendente, pois os buracos negros supermassivos geralmente têm uma massa muito menor do que as galáxias que os abrigam.
A descoberta pode ajudar a entender como os buracos negros supermassivos se formaram tão cedo no universo. Existem duas hipóteses principais: eles terem se formado a partir do colapso de estrelas mortas e crescido até se tornarem supermassivos, ou já terem surgido diretamente do colapso de nuvens gigantes de gás e poeira.
Os pesquisadores acreditam que o buraco negro supermassivo da UHZ1 tenha sido composto a partir de uma nuvem de gás e poeira e foi crescendo até se tornar tão massivo quanto sua galáxia. “Existem limites físicos para a rapidez com que os buracos negros podem crescer após formados, mas aqueles que nascem com maior massa têm uma vantagem inicial. É como plantar uma muda, que leva menos tempo para crescer e se tornar uma árvore em tamanho real do que se você começou apenas com uma semente”, afirmou o cientista e pesquisador Andy Goulding, da Universidade de Princeton (EUA), coautor do estudo da Nature Astronomy e autor principal do artigo no The Astrophysical Journal Letters.
A descoberta resultou em dois artigos, um deles publicado no periódico Astrophysical Journal Letters e outro que ainda será veiculado na revista Nature Astronomy, mas já está disponível em versão prévia no site AirXiv.
: https://www.nature.com/articles/s41550-023-0156-8 : https://iopscience.iop.org/article/10.3847/2041-8213/ac3a9c : https://arxiv.org/abs/2305.15458


