O aumento dos casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho é um problema que afeta a produtividade e a qualidade de vida dos trabalhadores. Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil. Por isso, as empresas devem estar atentas aos sinais de sofrimento psíquico dos seus colaboradores e adotar medidas de prevenção e promoção da saúde mental.
O cansaço, a falta de motivação, as reclamações coletivas e os afastamentos são alguns dos indicadores de que a saúde mental dos trabalhadores não vai bem. Esses comportamentos expressam ou materializam danos à saúde mental, que embora crescentes nem sempre são tratados como prioridade e com a seriedade necessária.
De acordo com o médico do trabalho e coordenador de Saúde Ocupacional do Sesi Paraná, Dr. Guilherme Augusto Murta, é importante ter cuidado com as mudanças comportamentais dos colaboradores. “Por exemplo, um colaborador sempre foi comprometido com seus horários e entregas e, sem uma explicação, passa a chegar sempre atrasado, realizar as atividades de qualquer jeito. Então, essas mudanças de comportamento são um exemplo que pode suscitar na liderança que algo não vai bem”, comenta o especialista.
Os transtornos mentais mais comuns relacionados ao trabalho são a depressão, a ansiedade, o estresse e o burnout. Esses transtornos podem ser causados por diversos fatores, como a sobrecarga de trabalho, a pressão por resultados, o assédio moral, a falta de reconhecimento, o conflito de valores, a insegurança, a falta de autonomia, entre outros.
Os transtornos mentais podem trazer consequências negativas tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. Para os trabalhadores, os transtornos mentais podem afetar a autoestima, a autoconfiança, a capacidade de concentração, a criatividade, a produtividade, a satisfação, o relacionamento interpessoal, a qualidade de vida e o bem-estar. Para as empresas, os transtornos mentais podem gerar custos com afastamentos, licenças médicas, indenizações, absenteísmo, turnover, perda de talentos, queda na qualidade dos produtos e serviços, insatisfação dos clientes, entre outros.
Diante desse cenário, as empresas devem adotar medidas de prevenção e promoção da saúde mental dos seus colaboradores, seguindo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Algumas dessas medidas são:
- Realizar diagnósticos e avaliações periódicas da saúde mental dos trabalhadores;
- Promover ações de conscientização e sensibilização sobre a importância da saúde mental;
- Oferecer suporte psicológico e psicossocial aos trabalhadores que apresentarem sofrimento psíquico;
- Capacitar os gestores e líderes para identificar e lidar com situações de risco à saúde mental dos colaboradores;
- Estimular a participação dos trabalhadores nas decisões e nos processos de trabalho;
- Reconhecer e valorizar o desempenho e as competências dos trabalhadores;
- Proporcionar um ambiente de trabalho seguro, saudável, acolhedor e respeitoso;
- Incentivar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos trabalhadores;
- Implementar políticas de prevenção e combate ao assédio moral, à discriminação e à violência no trabalho.
Para auxiliar as empresas nesse desafio, o Sesi Paraná oferece o Programa de Saúde Mental, que tem como objetivo promover a saúde mental dos trabalhadores da indústria, por meio de ações de prevenção, intervenção e reabilitação. O programa conta com uma equipe multidisciplinar de profissionais especializados em saúde mental, que realizam diagnósticos, palestras, oficinas, grupos terapêuticos, atendimentos individuais, entre outras atividades.
O Programa de Saúde Mental do Sesi pode ajudar todas as indústrias do Paraná a cuidar da saúde mental dos seus colaboradores, contribuindo para a melhoria do clima organizacional, da produtividade, da qualidade e da competitividade.


