A doutora Paula A. Johnson, presidente do Wellesley College e ex-professora de Harvard, afirmou que a saúde feminina não pode esperar mais e que é preciso considerar as diferenças biológicas entre homens e mulheres na ciência. Ela foi a principal palestrante de um seminário sobre saúde feminina promovido pela Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

A saúde feminina é uma questão urgente e que requer um ecossistema que atenda às necessidades da mulher. Essa foi a mensagem da cardiologista Paula A. Johnson, que foi professora da faculdade de medicina de Harvard e se tornou a primeira mulher negra a ocupar a presidência do prestigioso Wellesley College. Ela foi a principal palestrante da Academia Nacional de Medicina (NAM em inglês) no seminário intitulado “Saúde feminina, das células à sociedade” (“Women´s health, from cells to Society”), que aconteceu on-line no dia 9 de outubro.

A doutora Johnson disse que a saúde feminina não pode esperar mais e que é preciso considerar as diferenças biológicas entre homens e mulheres na pesquisa médica. Ela criticou a histórica exclusão das mulheres dos ensaios clínicos e a falta de análise do sexo como uma variável nos resultados. Ela afirmou que todas as células do corpo têm um sexo e que isso influencia na prevenção, no diagnóstico e no tratamento das doenças.

Ela também destacou que as mulheres sofrem mais com problemas de saúde prolongados, especialmente as mais velhas e as que têm condições médicas subjacentes. Ela citou exemplos de doenças mais típicas nas mulheres, como a depressão, a ansiedade, o estresse e o burnout, e que são menos estudadas e valorizadas. Ela ainda mencionou a questão da etnia, que aumenta a vulnerabilidade das mulheres negras, especialmente na gestação e no parto.

A doutora Johnson defendeu que as empresas devem adotar medidas de prevenção e promoção da saúde mental dos seus colaboradores, seguindo as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ela também disse que é necessário viabilizar o envelhecimento feminino, já que as mulheres vivem mais que os homens.

Ela concluiu que as mulheres não são um nicho de mercado, e sim a maioria da população do planeta, e que é preciso debruçar sobre a profunda influência dos fatores sociais, como o menor acesso à educação e o status social mais baixo, na saúde feminina. Ela afirmou que a saúde feminina é uma questão de justiça e de direitos humanos.

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